
Pelas minhas andanças pela web encontrei um texto muito interessante que fala sobre altruísmo. Seu conteúdo é de tamanha simplicidade e clareza que resolvi colocá-lo aqui no Blog, pareceu-me uma conversa entre amigos o que me fascinou mais. O que li vem de encontro com minhas ideias, o fazer por fazer nunca foi uma coisa que me convenceu, há pessoas que acham que dar esmola é a melhor coisa do mundo, eu sempre tive minhas restrições quanto a isso, às fotos acima expressam o que aceito como ser altruísta. O texto dirá mais...
Dei efetivamente dois significados diferentes a Altruísmo. Contudo eles não se opõem nem se contradizem antes se completam.
Por "preocupação consciente, racional e voluntária" entendo a atitude participativa do cidadão para o bem-estar coletivo. Querer saber quais as necessidades do outro e dentro das próprias possibilidades contribuírem para satisfazê-las.
Nota: sou 'anti-caridade' pois essa, sim, é uma pura ilusão egoística na medida em que serve apenas para alimentar a necessidade interior de quem a pratica e não tem no seu horizonte a resolução efetiva e definitiva do problema daquele que recebe.
Como dói dizer "pra esse peditório já dei"... Por "preocupação desinteressada" entendo (e referi-o no meu texto) o não esperar receber uma contrapartida material pela boa ação. Quando muito se espera receber o prazer que nos advém da nossa postura desinteressada (no sentido material), isto é, a alegria que sentimos ao ver o outro satisfeito. Assim, preocupação com os outros sem esperar receber benesses em troca representa um interesse desinteressado. Desinteressado porque é um interesse que não é 'interesseiro', porque não tem em vista objetos material, mas apenas o bem-estar e conforto do outro.
Se, por outro lado, o querermos receber esse prazer espiritual (que sempre recebemos) constitui um egoísmo... Sejamos egoístas! Pois muitos dos nossos semelhantes mais desfavorecidos serão beneficiados e isso é o que é relevante neste mundo em que cada vez mais as pessoas 'suspeitam' da palavra amor.
Mas, como disse o Rodrigo, a ideia não foi criticar o ato de dar, mas a definição de Altruísmo. E talvez este seja efetivamente e apenas o mais puro dos egoísmos! O que levantaria a questão de saber se o Egoísmo enquanto 'categoria' ética e no sentido puro de altruísmo é ou não imoral.
Isto é, é ou não um sentimento negativo? Quanto à questão do ato ser voluntário ou não quero dizer, em primeiro lugar, que começámos mal esta troca de ideias (minha culpa, que só agora me apercebi disto). Não definimos o que entendemos por 'dar'. E esta falha é suficiente para obscurecer as ideias e originar toda a espécie de equívocos. Podemos 'dar' algo em dois planos. A saber: material e espiritual (englobando este, para mim, o emocional, o sentimental, o puro intelectual, enfim, tudo o que não é matéria 'física', objeto material).
Existe uma diferença muito grande entre dar um pêssego (Oi, Valdemar) e dar um carinho, uma palavra de amor. A diferença começa logo porque posso ser possuidor de um dos objetos e não do outro. Além de que o valor que o objeto tem para mim também tem que ser equacionado.
Dar o que, para mim, não tem valor é um ato sem valor (será este o mais desinteressado de todos os atos?). Parece-me que outra diferença, que tem a ver com a natureza do objeto, diz respeito a: dar um objeto material deixa-me mais pobre e dar um objeto espiritual deixa-me mais rico (isto na minha perspectiva pessoal). Deixo isto por agora para passar à questão da voluntariedade. O exemplo que dei do futebolista foi apenas uma brincadeira que tinha como objetivo mostrar que estamos a 'jogar' com palavras e que é muito fácil cair em raciocínios falaciosos.
Concordo que a dádiva é um ato consciente e voluntário. Mas mantenho a opinião de que nem sempre é assim. Julgo que em certos estados psicológicos o indivíduo pratica atos sem a menor sombra de consciência. E o ato de 'dar' está incluído nesses atos.
Serão casos patológicos... Não sou especialista na matéria. O que para mim é relevante é que existem e permitem-me afirmar que: Dar pode ser, em determinadas circunstâncias, um ato involuntário e não consciente. Este texto já vai longo e hoje é 1.º de Maio. Eu devia era ter ido à manif. :) Não 'chateio' mais.
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